Petrobras reavalia operações em terra na Bahia diante da queda no preço do petróleo

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Alta nos custos coloca ativos da Bahia em xeque

A Petrobras está considerando vender suas operações terrestres no estado da Bahia, mais especificamente no Polo Bahia Terra, diante da pressão exercida pelos baixos preços do petróleo. De acordo com informações da Bloomberg, a presidente da companhia, Magda Chambriard, afirmou que a produção de petróleo e gás no local está se tornando financeiramente inviável nas condições atuais do mercado.

“Quando o barril está a US$ 100, a operação faz mais sentido do que a US$ 65”, disse Chambriard. Ela complementou: “Ainda não decidimos o que fazer: se mantemos, terceirizamos a operação ou simplesmente repassamos o ativo.”

O Polo Bahia Terra produz, atualmente, cerca de 12,4 mil barris equivalentes de petróleo por dia, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), citados pela Bloomberg.

Mercado internacional pressiona preços do petróleo

A instabilidade nos preços do petróleo tem sido alimentada por incertezas globais quanto à demanda, preocupações com tarifas e temores de excesso de oferta por parte da OPEP+. Analistas do Goldman Sachs preveem que o preço médio do barril pode ficar abaixo de US$ 60 no último trimestre de 2025, podendo recuar ainda mais diante da demanda enfraquecida.

Na semana passada, a OPEP+ anunciou um aumento de 548 mil barris por dia na produção de agosto, valor acima das expectativas do mercado, o que reforçou a tendência de queda nos preços. As cotações, que haviam subido durante o conflito entre Israel e Irã, voltaram a recuar após o anúncio. Nas redes sociais voltadas ao mercado financeiro, o sentimento dos investidores em relação à Petrobras foi classificado como “baixista”.

Investimentos mantidos apesar do cenário adverso

Apesar do cenário desafiador, a Petrobras segue com seu plano de investimentos. Na última semana, a empresa confirmou que irá investir R$ 26 bilhões na integração da refinaria Reduc com o complexo energético de Boaventura, ambos localizados no estado do Rio de Janeiro. Em maio, a companhia já havia sinalizado que manteria seus aportes, mesmo com a queda no preço do petróleo.

As ações da Petrobras negociadas nos Estados Unidos (PBR) acumularam alta de cerca de 2,4% em 2025, desempenho superior ao do United States Oil Fund (USO), que teve valorização de apenas 0,5% no mesmo período.

Governança em destaque com novo relatório

Em 4 de julho de 2025, a Petrobras apresentou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seu relatório do Código Brasileiro de Governança Corporativa (CBGC) referente ao ciclo de 2025. O documento destaca que a estatal alcançou 96% de conformidade com as práticas recomendadas de governança, o maior índice desde 2019 e superior aos 94% registrados em 2023. O resultado evidencia o compromisso da Petrobras com boas práticas corporativas, o que pode fortalecer sua imagem e confiança no mercado.

Análise do mercado aponta estabilidade nas ações

A recomendação mais recente de analistas para as ações da Petrobras (PBR) é de “manter”, com preço-alvo estimado em US$ 13,00. A plataforma Spark, com base em inteligência artificial da TipRanks, avalia a ação como “desempenho superior”, destacando a boa performance financeira da empresa, sua forte geração de caixa e atratividade no valuation.

No entanto, a análise técnica indica sinais mistos, enquanto os relatórios de resultados revelam uma combinação de avanços na produção e exploração com desafios relacionados à queda dos preços do petróleo e à gestão da dívida.

Sobre a Petrobras

A Petrobras, ou Petróleo Brasileiro S.A., é uma das maiores empresas do setor de petróleo e gás da América Latina. Atua em toda a cadeia produtiva do setor — da exploração e produção à refinação e distribuição — e desempenha papel fundamental no abastecimento energético do Brasil.