A Petrobras, gigante estatal brasileira de petróleo, anunciou um marco operacional significativo na Bacia de Santos. A unidade flutuante de produção, armazenamento e descarregamento (FPSO) Almirante Tamandaré, operando no campo de Búzios, no pré-sal, atingiu uma taxa de produção recorde de 270.000 barris por dia (bpd), superando sua capacidade nominal.
Desempenho da plataforma Almirante Tamandaré
O pico de produção foi registrado em 25 de outubro de 2025. Ao longo do mês, o FPSO, que é afretado pela Petrobras junto à SBM Offshore, manteve uma média de produção superior a 250.000 bpd. A plataforma foi projetada com capacidade nominal para produzir 225.000 barris diários e processar 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. No entanto, seu design inclui uma margem operacional que permite picos de curta duração de até 270.000 bpd sem necessidade de modificações adicionais. A companhia atribuiu o recorde à implementação de medidas de eficiência operacional em seus ativos do pré-sal, seguindo rigorosos padrões de segurança e engenharia aprovados pelas autoridades reguladoras.
Expansão em Búzios e reconhecimento do setor
O FPSO Almirante Tamandaré faz parte do projeto Búzios 7, que corresponde ao sexto sistema de produção instalado no campo. A Petrobras espera que o campo de Búzios alcance uma produção total de 1 milhão de barris por dia até o final de 2025, reforçando sua posição como o maior polo de produção da empresa. Em reconhecimento à excelência operacional, o projeto Búzios 7, incluindo o FPSO e a infraestrutura submarina associada, receberá esta semana o prêmio “Distinguished Achievement Award for Companies” da Offshore Technology Conference (OTC Brasil).
Contexto de mercado e perfil da companhia
A notícia operacional positiva ocorre em um momento de flutuação para os ativos da empresa. No fechamento do pregão de 28 de outubro de 2025, as ações preferenciais (PETR4) da Petrobras foram cotadas a R$ 29,99, registrando uma leve queda de 0,03%, com um volume negociado de R$ 750,77 milhões. A Petrobras é uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo, com atuação principal em exploração, produção, refino e comercialização. Com mais de 50 anos de experiência, a companhia desenvolveu uma expertise notável na exploração e produção em águas profundas e ultra profundas nas bacias offshore brasileiras.
Estrutura, governança e desafios históricos
A atuação da empresa engloba um complexo processo de transporte que leva o petróleo e o gás até refinarias e unidades de tratamento, exigindo investimentos constantes em tecnologia. Além da forte presença no litoral brasileiro, a estatal opera em diversos países, com destaque para as Américas e o continente africano. A empresa, que é uma sociedade de economia mista controlada pelo Governo Federal, enfrentou graves desafios recentes, abalada pelos escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. Esses eventos levaram a perdas acumuladas de mais de R$ 70 bilhões desde 2013, ciclo interrompido somente em 2018. A Petrobras reconheceu oficialmente perdas de cerca de R$ 6 bilhões por corrupção entre 2004 e 2012, mas assegura que seu novo modelo de governança foi implementado para evitar problemas futuros. Suas ações são negociadas nas bolsas de São Paulo (PETR3, PETR4), Nova Iorque, Madri e Buenos Aires.