A Stellantis deu um passo significativo em seu plano global de Economia Circular com a inauguração de seu primeiro Centro de Desmontagem Circular de Veículos na América do Sul. A nova instalação, localizada no Brasil, reflete a estratégia da empresa de fortalecer a sustentabilidade em suas operações, um movimento que tem sido observado de perto pelo mercado financeiro.
Iniciativa Pioneira na América do Sul
Esta é a primeira planta industrial de uma montadora na América do Sul dedicada exclusivamente à desmontagem de veículos. Com capacidade para processar até 8.000 veículos por ano, o centro focará na reciclagem e reutilização de peças, visando reduzir o impacto ambiental. A Stellantis estima que a operação poderá evitar a emissão de até 30.000 toneladas de CO₂ anualmente. A unidade processará veículos em fim de vida e sinistrados, adquiridos principalmente por meio de leilões.
Processo de Desmontagem e Reutilização
O processo começa com a descontaminação completa do veículo, que inclui a remoção de todos os fluidos perigosos, como óleo e combustível. Em seguida, em uma linha de desmontagem, os componentes são cuidadosamente inspecionados e testados para garantir que atendem aos padrões de qualidade para reutilização. As peças reaprovadas são higienizadas com produtos biodegradáveis e recebem etiquetas com dados de rastreabilidade, incluindo informações sobre o veículo de origem. Cada carro desmontado está associado a uma ficha que lista até 49 componentes, em conformidade com as normas regulatórias e os padrões da Stellantis.
Visão Estratégica e Sustentabilidade
Laurence Hansen, Vice-Presidente Sênior Global de Economia Circular da Stellantis, destacou a importância da iniciativa. “Em um mundo cada vez mais afetado pela escassez de matérias-primas, garantir o acesso a recursos essenciais é um imperativo estratégico”, afirmou. “Ao internalizar as operações de desmontagem, a Stellantis obtém controle sobre o fluxo de componentes e materiais, ao mesmo tempo em que reduz o desperdício.”
A unidade brasileira complementa as operações de remanufatura e recondicionamento da Stellantis, apoiando a meta da empresa de estender a vida útil das peças e diminuir a dependência de novas matérias-primas. A iniciativa faz parte de uma estratégia de descarbonização mais ampla, que busca construir uma cadeia de valor de ciclo fechado na América do Sul, integrando desmontagem, recondicionamento e remanufatura em um único ecossistema circular.
Movimentação no Mercado de Ações
Enquanto a Stellantis avança em suas metas de sustentabilidade, grandes investidores demonstram um interesse crescente em suas ações (NYSE: STLA). De acordo com seu mais recente registro na SEC, a LPL Financial LLC aumentou sua participação na Stellantis em 32,6% durante o primeiro trimestre, adquirindo mais de 60 mil ações e elevando seu total para 244.428 ações, avaliadas em US$ 2,74 milhões ao final do período.
Outros investidores institucionais também fizeram movimentos significativos. A Universal Beteiligungs und Servicegesellschaft mbH adquiriu uma nova participação avaliada em aproximadamente US$ 93,7 milhões no quarto trimestre. No mesmo período, a Capital Research Global Investors aumentou sua posição em 306,9%, enquanto a BNP Paribas Financial Markets e a Balyasny Asset Management L.P. também estabeleceram novas posições de dezenas de milhões de dólares. No total, os investidores institucionais detêm 59,48% das ações da empresa.
Opinião dos Analistas de Mercado
Apesar do otimismo de alguns investidores, a visão dos analistas de mercado sobre as ações da STLA é mista. Recentemente, o Jefferies Financial Group elevou a recomendação das ações de “manter” para “comprar”. Por outro lado, outras instituições adotaram uma postura mais cautelosa. O Redburn Atlantic, o Wolfe Research e o Bank of America rebaixaram suas classificações para “neutra” ou “desempenho inferior”. O DZ Bank, por sua vez, melhorou sua avaliação de “venda forte” para “manter”.
Segundo dados do MarketBeat.com, o consenso atual entre os analistas para a ação é de “Manter” (Hold), com um preço-alvo médio de US$ 12,74, refletindo um cenário de expectativas equilibradas para o futuro da companhia.